
Todo país que se preze tem seu
Oscar. Na França, existe o César. Na Espanha, o Goya. Na Itália, tem o David Di Donatello. Todos são entregues por suas "academias" nacionais de cinema. O Brasil, embora quase ninguém saiba, também tem seu Oscar. Ele ainda não tem nome - ou apelido - mas, desde que foi criado, há cinco anos, passou por uma grande evolução. Deixou de ter marca de patrocinador. Pois é, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro já foi o Grande Prêmio BR ou o Grande Prêmio TAM do Cinema Brasileiro. Ficou mais sério, mas extremamente mais difícil de ser realizado.
O presidente da nossa academia, o cineasta Roberto Faria, quase não arranja apoio para a festa, que aconteceu neste domingo e foi transmitida ao vivo pelo
Canal Brasil (Sky, 66). A última edição do prêmio demorou tanto para acontecer que tiveram que tornar elegíveis longas de 2005 até a metade de 2006. A vontade de realizar o evento, no entanto, apesar de bastante bem-vinda tropeçou em alguns problemas.
O primeiro é o número de
indicados: 8 por categoria. Veja bem, se nos Estados Unidos, onde são elegíveis cerca de 900 filmes por ano só tem cinco indicados em cada quesito, porque no Brasil, com pouco mais de 70 filmes votáveis, temos 8 concorrentes? Não parece que, na ânsia de querer celebrar a produção brasileira, celebraram demais? Há indicações esquisitíssimas como a de Hermila Guedes como protagonista em
Cinema, Aspirina e Urubus ou a de José Dumont, na mesma condição, em
Árido Movie, quando os dois são claramente coadjuvantes e só parecem estar lá para completar o número de indicados.

O filme de Hermila, por sinal, ganhou os principais prêmios: longa de ficção, direção (Marcelo Gomes), fotografia, montagem e roteiro original. Foi o mais acertado de uma festa bem chatinha, onde dois ótimos atores - João Miguel e Dira Paes - não achavam o timing para ser dois bons apresentadores. A idéia de passar clipes de todos os indicados em todas as categorias também foi infeliz: alongou e deixou a cerimônia cansativa. Como o prêmio ainda não tem credibilidade, a maior parte dos premiados não compareceu para receber suas estatuetas, o que, de certa forma, deixa o projeto de um "Oscar brasileiro". É o engatinhar de uma indústria se organizando. Daqui a alguns anos, talvez o prêmio, já com um nomezinho nosso - tipo Glauber ou Humberto - fique famoso e seja respeitado. Até lá, parece apenas um Oscar Jr., um Oscarito.
3 comentários:
The Oscarito goes to...
E Ó Paí, Ó não ganhou nem um acarajé? Aí fica difícil, meu pai. Quando irão, enfim, valorizar Paula Lavigne como a bruaca do cinema nacional??
o mais legal de tudo é que os filmes premiados (ou que concorrem) nunca estão em exibição nos cinemas, né?
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