quinta-feira, 24 de maio de 2007

É pau, é pedra...

Estou há pouco mais de uma semana em São Paulo e este foi o dia mais animado na cidade. E o motivo não foi um festival de comida italiana no Brás, uma instalação com estátuas vivas na Praça da Sé ou um encontro de amantes de karaokê na Liberdade. Foi porrada. Era cerca uma e meia da tarde e eu seguia para meu trabalho quando, em frente ao Museu de Arte de São Paulo, o Masp, eu vejo uma concentração de gente, carros de som e faixas, aquela mistura chata que todo mundo costuma confundir com democracia.

Como eu estava meio sonolento por causa do friozinho, da chuva incessante e interminável espera pelo ônibus - jurei que a linha tinha sido extinta exatamente nesta quarta-feira - só pensei numa coisa: - por que é que esse povo protesta tanto se é no voto deles onde começa a coisa errada?

Enfim, segui. Comprei um pacote de cookies para não passar fome durante sete horas no trampo e fui para a labuta. Lá descobri, além de que aquela menifestação era o fato o dia, quais os motivos de tudo aquilo. Pois bem, são tantos que nem dá para escrever aqui. Estudantes, funcionários públicos, sindicalistas, integrantes de movimentos sociais; todos estavam tão juntinhos pelo sagrado direito de protestar, que, no caso de muitos, é sinônimo de existir.

E juntos eles seguiram pela Avenida Paulista bloqueando o trânsito. E juntos eles desceram pela Brigadeiro Luiz Antônio - do lado do meu trabalho - gritando palavras de ordem. E juntos eles chegaram na Assembléia Legislativa e, literalmente, tascaram o pau... O pau, a pedra, o saco de lixo, a placa de trânsito. Nada foi poupado. Os policiais revidaram com cassetetes e gás de pimenta (arde? coça?). Tudo para acompanhar a votação de um projeto de lei que cria um fundo previdenciário estadual. Ué? Aposentadoria para funcionários públicos, tudo bem, mas e os estudantes? Queriam só defender seu direito de reclamar? E o MST? queria a(po)ssentar. E os servidores do Banco Central? Será que é de lá que vai sair o dinheiro para pagar o seguro social e eles vão ter que fazer hora extra?

Hummm, vou ter que pensar a respeito...

4 comentários:

Luana Francischini disse...

quanta emoção a caminho do trabalho... os biscoitos resistiram aos manifestantes e chegaram inteiros a tempo da merenda?

renata purri disse...

será que é a idade que deixa a gente menos "protestável"? eu até participei das diretas já, com imenso prazer. mas hoje em dia, ir pra rua e jogar pedra em prédio público, construído com o meu dinheiro? não entendo. aliás o brasil tá cheio de coisa que eu definitivamente não entendo..

Benja disse...

Rê, acho que isso tem a ver mais com bom senso do que com qualquer outra coisa.
Conheço pessoas que poderiam até se aposentar por tempo de protesto(ou seria de baderna?)e isso não as fez ver com clareza a barbaridade dos atos violentos que cometem.
Esse tipo de ação é um elogio puro e simplista à imbecilidade nacional, à falta de civilidade e de cidadania.
Em nome de um democratismo de pensamento único, colocar-se do lado contrário à lei é sempre mais fácil do que pensar, discurtir e formar uma opinião séria à respeito de qualquer assunto.
Não quero que pensem igual a mim, que tenham minhas ideologias, mas sim que discutam esses assuntos com seriedade e sobriedade.
Isso, no Brasil hoje, parece não ser possível.
Uma pena que muitas pessoas, como você, tenham participado de um movimento tão bonito em defesa da liberdade para que alguns poucos transformem essa conquista em algo deplorável como vemos hoje.

Anônimo disse...

UAUUUUU !!!
TÔ AMANDO ESSAS CABEÇAS PENSANTES !!!
O BRASIL VAI PRA FRENTE,COM CERTEZA,AGORA QUE VOCES CHEGARAM NA IDADE ADULTA!!!!
PARABENS,I AM BOBA .....