segunda-feira, 30 de abril de 2007

JAPAS SENSÍVEIS

Eu sempre desconfiei de que os japas fossem pessoas sensíveis apesar de toda aquela história de samurai e harakiri. A notícia de que sete japoneses passaram mal durante uma sessão do filme Babel, de Alejandro Gonzalez Iñarritú, confirmou minha teoria. Segundo a reportagem, o grupo não teria resistido à imagem da atriz Rinko Kikuchi dançando numa boate, com luzes piscando. O incidente seria semelhante a outro, em 1997, quando mais de treze mil crianças - japonesas, por sinal - se sentiram mal quando assistiam ao desenho Pocket Monster, aliteração para Pokemón.

Será que foi isso ou os primos da minha colega de blogue Silvia Mizuno são apenas pessoas de bom gosto e não suportaram ver um filme tão ruim?

Quando eu vi o longa em outubro passado, durante a Mostra de Cinema de São Paulo, eu, juro, também passei mal. Não cheguei a vomitar porque estava de barriga vazia, mas me deu certa repulsa assistir a um filme que quer ser tanto e não consegue ser nada. Babel segue uma linha bastante frutífera do cinema atual: a do filme que quer revelar os bastidores da sociedade, da qual Crash - No Limite, de Paul Haggis, é o exemplo mais grotesco. Um tipo de filme que faz mais escândalo do que qualquer coisa.

Mas Iñarritú, por sinal, diz que detesta o filme de Haggis e que, no seu longa, segue outro caminho: não julga seus personagens. Isso quer dizer exatamente o quê? Que se Crash promove julgamentos, sentenças e condenações, Babel é apático em relação a seus personagens que dançam aleatoriamente ao sabor da maldade de um roteirista que quer ver todo mundo em maus lençóis? Se for assim, Crash é melhor do que Babel embora seja um filme horrendo.

E os japoneses com isso? Bem, uma pesquisa recente revelou que eles fazem pouco sexo e ainda reclamam dele. E aí mandam eles verem um filme destes e querem que as pessoas saiam ilesas. Por sinal, a parte mais fraca do filme fraco que é Babel é justamente a história oriental, completamente à parte do emanharado de histórias que o diretor acha que é genial. Esta é outra teoria em relação aos japoneses. Eles ficam ainda mais sensíveis ainda quando se vêem tão mal retratados na tela. E talvez mais ainda depois de uma noite sem amor.

3 comentários:

Luana Francischini disse...

eu não sou japa, mas tinha quase alucinações quando assistia a cavaleiros do zodíaco... acho que nem vou me arriscar a ver Babel

CHICO FIREMAN disse...

Vai ser um serviço a sua saúde.

Silvia Mizuno disse...

Na época do videotexto não tinha Pokemon, nem Babel. Os mais alucinantes eram Ultraman e Robô Gigante.